quinta-feira, 4 de outubro de 2012

ARCANO


Tantas vezes me chamas Mulher
no gume luzidio do teu olhar
contem um brilho que fico a imaginar
Tantas vezes te sinto e senti
onde o tempo demora raízes
que eu nunca consegui alcançar
do nada e do tudo que tive de ti
dos dias tristes e dias felizes
que eu pude sonhar
Tantas vezes te consenti de sonhos
abri janelas sobre um mar maior
de par em par
calquei chão de rosas
chorei em tom menor
escrevi-te de poemas e prosas
Tantas vezes olhei
onde o sol se deita
na linha próxima do céu
ao morrer deixei
a cama de ti desfeita
num lugar que é só teu
Tantas vezes desejei ser
ponta de cabelos no teu pincel
de traços transparecer
o que deixo de palavras no papel
ser-te tudo e nada
do tempo que nos afastou
procurar morada
onde a voz se calou
Tantas vezes meu choro foi rumo
levando pensamento até a ti
amor fio de prumo
pelo que nunca senti
Tantas vezes me chamaste Mulher
nas primeiras horas deste ano
e eu... que sou mulher
chamo-te homem
meu Arcano
...
musa

1 comentário:

jorge Soares disse...

wLindo texto cara poeta.
Conta uma historia, revela sentimentos, relembra momentos, parabéns, lindo poema