quarta-feira, 5 de setembro de 2012

MAR PORTUGUÊS



Venho de onde partiram
Homens que nunca cá chegaram
Destroços que existiram
Lembrar todos quantos embarcaram
Numa fé de conquista e saber
E por aí espalharam
Alma lusa um só ser
Um instante de razão
A sentir a solidão
Doce forma de viver
Amarga paixão
Rasgo e poder
Emoção

E sentiram
E amaram
E sorriram
E choraram
E voltaram

Para dar embalo a todos os sentidos
Nas traves moldadas de cascos de ilusões
Andaram por chãos perdidos
Onde moravam perdições
Medos esquecidos
Loucas tentações
Destemidos
Homens somente

E hoje poderá se pensar
Que homem há que aguente
Em tão dura conquista
Se são ou demente
E resista
Tão duro mar
Que o leve a naufragar
De onde partiu
De onde nunca voltou
De onde sentiu
De onde amou
De onde não sei

De tantas as lágrimas que chorei
Nesse mar salgado filho sem lei
Tristemente naufragado
Lembrado duramente
Sempre que alguém partir
Por tudo o que nos deu
E assim estranhamente
Me fazer sentir
O que nunca foi meu
musa

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