quarta-feira, 18 de julho de 2012

OSSOS E PÓ


“Nós ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos”
Capela dos Ossos – Convento de S. Francisco em Évora

Atravessei a eternidade
Ossos e pó
Ninguém há-de entender
Este ser extinto
Transbordada insensibilidade
Ser instinto
Poeira de fragmentos
Covil de dúvidas e incertezas
Tantos caminhos percorridos
Insensatos sentidos
Morte lenta
Eterno sentir
Lamentos
Onde compreensão assenta
Num amontoado de pó
E a alma espirito afugentado
Percorre os caminhos sem dó
Do corpo ser apanhado
No limbo do nada
Em terra fria
Na sepultura cavada
De carne vazia
Ossos e pó
Na parede sombria
De caídos ombros
Estilizado
Jaz o ser
Eternizado
Escombros
musa


1 comentário:

Odete Ferreira disse...

Se nos lembrássemos, a cada momento, desta realidade, a vivência seria um fardo...

Felizmente que nos sonhamos eternos e em poesia nos espiritualizamos...

Um poema que nos remete para o sentir...

Bjo :)