terça-feira, 11 de outubro de 2011

SOLIDÃO


Por quem não quero me apaixonar
Essa vil escrava possessa solidão
Tentando de mansinho aprisionar
Dama com olhar negro sedução

Não sei falar dela
Dizem-na toda negra
Por vezes uma aguarela
Onde a dor medra

Mescla húmida do sentir
A vida humedecida
Mesmo triste a sorrir
Assim é ela sentida

Ai solidão que me vive
De corpo e alma inteira
Do sossego que nunca tive
Feito assim dessa maneira

De tanto me sentir só
Desgostos tristezas vãs
Ser da poeira vida pó
Dias solitárias manhãs

Solidão magnânima insistente
Que de mim toma conta
Negra cor confidente
Que há noite me afronta

Mesmo não sabendo falar dela
Encobre-me em manto melancolia
Namora-me ao parapeito da janela
Em récitas luz de triste poesia
musa

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