quarta-feira, 26 de outubro de 2011

HÚMIDO SENTIR


Se o mar não parar de chover 
humedecidos sentidos 
a alma vai transbordar de tanto sentir...
É tanta a chuva que a poesia molhada 
cheira às palavras 
humedecidas de sentir...


Mulher sentada entre luas

reza a prece dos sentidos
espera o desfilar de faluas
que tragam sonhos perdidos
arcas cheias de húmido sentir
sombras tombadas pelas ruas
no chão do chegar e do partir
escuridão que abraça os vencidos
da terra à lua no limbo dos excluídos
entranhada fria claridade parida cinzenta
verte-se vazia a alma perde-se choro
doce chuva que por dentro enfrenta
este sentir onde me demoro
e de chuva sinto as palavras
gotas húmidas de mágoas
trazidas do mar revolto
como este sentir solto
que de dentro clama
e por mim chama
Oh! poesia vil
o dia anil
é noite
...
musa

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