sábado, 24 de setembro de 2011

VIOLINO

Quando me tocas
É pura poesia
Em acordes de violino

Teus dedos vibram a derme
Numa excitação melodia
Trémula tangida treme
De desejo e fantasia

e… ah… na tua boca
corpo de cordas acorda louca
dedilhada pela língua extasiada
quente a vibrar esfomeada
sente a pele rosada
em doce poesia
humedecida
apetecida
sentida

fazes do meu corpo violino
domínio teu instrumento
de cordas friccionadas
que eu ensino caminho
num instante momento
pelas tuas mãos resinadas

e a minha pele doce e quente
soprada em acordes de prazer
é na tua que se sente
quase viva quase a morrer
num Stradivarius de sedução

música de louca paixão
em pele suada vermelha
cheia prenhe de tesão
em flamas chamas centelhas
retesadas cordas nas cravelhas
tocas em mim com emoção
doces melodias já tão velhas
quase a tocar o coração

místico corpo que é teu ombro
beliscado vibrado afinado
num Pizzicato Vibrato
o meu ser um escombro
em ruínas pelo teu
onde tocada me tombo
quase caída do céu

Harmónico Glissando deslizando
na suavidade da madeira
que tuas mãos vão tocando
cada corda à sua maneira
cada dedo sem tino

fazes do meu corpo violino
Sul ponticello
Coll Legno
Sul tasto

Tocas-me afinado
em desatino
sensível casto
provocado
macho latino
que tanto me seduz
meu privado violinista
que faz do meu corpo luz
musa de Ruben renascentista
que em acordes reproduz
em música conquista
pintada fantasia
tela poesia
artista
musa

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