terça-feira, 28 de junho de 2011

RECUSA


Acudo ao teu horizonte
Onde vertidos meus olhos
Gritam nos teus desabridos
Por vales e montes
Loucos varridos
Urros sentidos
Em silêncio
De mim
Levo contra muros
Ecos murmurados
Trémulos inseguros
Dizeres amordaçados
Soa a voz queixosa
Desse doido sentir
Em suave prosa
Leve fluir
Pesarosa alma
Anima só
Feita pó
Que vento leva e espalha
E na voz coalha
Sussurrando alento
Por vales desabrigados
Montes despidos
Trave sustento
Pensamentos inanimados
Sentimentos perdidos
Fluo insustentável
Quase admirável
Rumo sem norte
Deixo-me ir
Leveza de sentir
Azar ou sorte
Nunca saberei
Do que sou e pretendo
Às vezes nem me entendo
Dou comigo a pensar
Sem ajuda sem lei
Posso ou não recusar
Consciência ou poema
Certeza ou dilema
Quem tomará conta de mim
Como vou terminar
Como será o fim
Quando eu desistir
E me recusar
A não partir
musa

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