quarta-feira, 9 de março de 2011

POEMA DESFEITO EM VERSOS


Vou escrever onde os homens gotejam
De tanto pecarem pingam sémen
Onde lágrimas tombam desejo
Vontades sobejam

E mãos afagam membros erécteis
E olhos se fecham na esterilidade
Do poema desfeito em versos
Num vaivém inutilidade 
Apunhalados em poesia
De acariciados sentidos
Em mente orgia
Meus reversos
Noite e dia
Perdidos

Ficam gotas leitosas esbranquiçadas
Denunciando o pecado e a heresia
As prosas engalanadas em poesia
E os dizeres em afagos de mãos fechadas
Incriminam o verso tido imoral
E a mente da poetisa ousada
Verte-se quase imortal
Na rima desnorteada
Imprópria surreal
Desgovernada
Desengonçada
Destemperada

Soluça poético espasmo do verso
Masturbado na indecência incontida
Em rima de maledicência destemida
Jaz a melancolia incompreendida

Na mente sobeja e grassa o poema
Na indolente matéria poetada
Goteja incessante dilema
Na forma desinformada
Formula ou teorema
Poesia maltratada
Vil esquema
Tema tesão

Ei-la a rima que me acena
Alarmada na flor brusquidão
E grita: que fazes tu ao verso?
É poesia ou masturbação dos sentidos
É um poema imerso na inquietação e gemidos
Do teu corpo desassossegado?

Ri-o o sorriso orgasmo encontrado
Aflorando a estrofe em carícias doces
Deixo excitada vibrar em lentidão
Todo o poetar de alma e corpo amado
E antes que em mim fosses
Amor ou louca paixão
Sacio verso acabado
Sem solução
musa