segunda-feira, 26 de outubro de 2009

CHORO PRESO

... que sabes quem sou
a humidade seca
das lágrimas
que não te choram
entre a insanidade
e a demência
elas afloram
negra existência
dura saudade
em manchas de negra cor
verdade do que me dou
luz mórbida do cometa dor
perdido buraco negro
porque dentro dele sou
onde teus olhos demoram
ânsia sonho e medo
como luzeiro aceso
dos olhos que te choram
astro em choro desprendido
de mil raios de luz fulgente
como se olhar te tivesse mentido
por entre filamentos que exploram
longínqua triste estrela cadente
e os teus olhos tivessem sentido
dores lamentos duma luz demente
enquanto de rubor tuas faces coram
num olhar choro incontido
que por dentro já nada sente
desse brilho lágrimas perdido
... do que sabes do que sou
tenho no olhar choro preso
lágrimas que a humidade secou
num fogo lento nunca aceso
...
musa