quinta-feira, 9 de julho de 2009

MORADA ABERTA

Sou morada aberta

De todos os chackras proibidos

Passagem secreta do karma virtual

Fluxo de todos os sentidos

Na busca fatal

À procura de mim

No outro inventado

O pajem de cor carmim

Pelo bolso rasgado

Tombam-se as almas perdidas

Arrastam-se numa fuga deliberada

À mão das energias vendidas

Pela auréola resplandecente

Assim libertada

Numa meiguice de mãos impostas

Como uma brasa incandescente

O corpo deitado de costas

Num ritual indecente

As mãos lambem o lodo carnal

Excreções adocicadas de água e sal

Amassam

Sulcam

Repuxam

Toda uma maré de sentidos

Sensações de esforços que abraçam

Os olhos fugidos

Às visões cruas da nudez

As mãos nuas ungidas pela nitidez

Enlaçando o olhar de calor

Numa meiguice e timidez

As forças perdidas

Num gesto de dor

Rendidas

Ao espalhar os óleos sagrados

Numa ânsia ardor

Sentidas

Limpam todos os pecados

Da vergonha

Do pudor

E da insensatez

Com a mesma simplicidade

O mesmo querer

Como se cheira uma flor

Sem saber

Na verdade

O que se fez

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