sábado, 25 de abril de 2009

LIBERDADE EM PALAVRAS

Dá-me a liberdade
de acordar sonhando contigo
em plena vontade de te ter
de ser no teu peito crepúsculo abrigo
à lareira de um sol pôr
a derreter
mil vontades de sedução
gosto sabor
acordei e senti
eterno castigo
teu cheiro tua pele sensação
que abri
liberdade em palavras
vontade de ti
vibração
Maio que floresceste em Abril
que por vezes me fala muito do mar
de águas mil
do alto mar
das cores do luar
reflectidas sobre o leito de prata
agora em luz de sol carmim
das cores da água
luzidia farta
azul proa do teu barco
quero ser
mar sem fim
deste lado me aparto
em crepúsculo sentir
navegar
ousar definir
teu mastro elevado
e a estibordo
vejo imaginado
sol fordo
que se deita no meu olhar
espraiado em chão de convés
a bombordo
e juntos olhamos
infinitas marés
num marear
feito aqui
de palavras
ainda que saia fluido imenso
como gume de navio
rasgando águas... mar denso
é sempre verter
mágoas de um parto
deixar acontecer
essas palavras tidas
em que vou e parto
depois de tréguas do corpo intenso
e dos sentidos a florescer
imaginar-te....
vertidas
correm elas
rios por entre o leito
meigas caravelas
invadem margens
escancaradas
e onde me deito
saber que te fazes
de viagens
vontade no meu peito
e abres em mim
portas fechadas
saber que me dominas
de sentidos
e querer ser em ti orvalho
ter nas mãos tantos livros lidos
feitos de madeira de carvalho
roubadas florestas desvirginadas
que se assumem frondosas
em meu pensar
ventosas
folhas se escrevem rasgadas
como corpos acesos a amar
correndo pradarias contigo
perdidos em longos espasmos
sentindo-te por dentro rio
invadindo-me de desassossego
guardarei de ti orgasmos
de palavras sentidas
sem receio sem medo
entregue em nossas mãos
em ínfimo segredo
carícias prometidas
sem pudor
pulsar de tão sentidos actos
plenos de amor
vir-me de desejo nelas
cheias e vivas
de imagens tão belas
aqui sentidas
quando por fim te entregares
em meigos leitosos jactos
num desejo de águia sequiosa
planar tua pele em voo rasante
minha boca em tua boca tão desejosa
querer-me em teu leito
sempre eterna amante
feliz deste feito
num mar
distante

1 comentário:

Unknown disse...

Ana, a cada poema teu que leio te admiro mais, Amiga!
Continua sempre querida...
Beijos,
Goska