segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

NEVE FRIA... Paris 05/01/09

Neve fria espalha-se branca sobre a natureza sentida mansa em seu abrigo invernoso

Estende-se imaculada colcha de lã como uma manta sobre chão de vida humido poroso

Neve fria tão bela vê-la cair desprendida como nuvens esfiapadas

Clareando toda a natureza inteira de vida em suas cores esbranquiçadas

Cai neve densa e pura nos chãos de Paris

Há quanto tempo eu não a via tingindo de algodão todo o matiz

Da cidade inaudita em cachos de luz ténue desprendida

Frenesim que a torna maldita em seu furor já perdida

Neve fria cai tão bela e tão demente

Sob o olhar triste do dia de luz solar tão ausente

Cai neve numa paisagem citadina de cristalino cinzento

Repousa como penungem felina leve agitada pelo vento

Neve fria de desassossego em tanta ternura e carinho

Chega a dar tremura de medo de escorregar no caminho

Os passos gelados marcam nela cataratas de sedução

E quem passa por ela só pode sentir emoção

Tudo tão branco tão frio em claridade de esperança

E o coração tão vazio a lembrar quando criança

A neve doce cai serena nostalgia do passado

Chuva em pedaços amena fria de um choro agoniado

Quando cai neve cai solidão e o sentir aprisionado

Que estranha sensação esse choro desencadeado

De humidade em convulsão olhar assim congelado

Pela brancura do nevão nesse país revisitado

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