segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

MANTO DE SILÊNCIO

Manto de silêncio com vida a renascer
E no sossego desse manto eu me derreto
Toda eu sou a transparecer
De duro aço e de concreto
O que fomos nós dois aqui
No calor que renasce e de quem consente
Tal destino incerto
E tem no manso contemplar
Descanso eterno sempre presente
Tudo o que senti
E pude olhar
Discreto
Viver para o poder recordar
Que o manto não cobre todo o querer ser
Mas o insensato desejo de envolver
Ninguém aqui o vai descobrir
Ninguém aqui o vai desvendar
Ninguém aqui o vai encobrir
Porque de nós dois é feito de palavras silenciosas
De sonho corpo em jeito de florir
Manto de silêncio que nos envolve
De promessas misteriosas
Pétalas de rosas em peito de segredos por sentir
Palavras que o tempo nos devolve
Nesse manto as entregas como flores
Paisagens de um mar que de amor nos faz sorrir
Num pranto de lágrimas já sem dores
Rumor de mágoas e de pensamento
As mesmas lágrimas que tu rires
Em choro dor e sentimento
Silêncio que de lágrimas tu sentires
Regresso de estranhos sentidos amores
Olharovento...
Paris...

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