quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Para uma Criatura maravilhosa...

Carta aberta ao ...

Lamento ter de o fazer aqui... e mesmo que não gostes vou te dizer tudo o que não me tens deixado dizer-te pessoalmente.
Como posso eu confiar em ti....
Caiste na minha teia... por mera sedução... paixão... promessa sensual ou o que quer que entendas... confesso que me senti atraída por ti... pelo teu canto de Petrónio... dificil fica distanciarmo-nos deste mundo virtual quando o encanto e a ânsia de viver outras vidas nos sustentam a alma e na lama do ignóbil sentido se enfraquece o corpo por toda a ingratidão.
Tu que te revês em tanto do que eu digo na prosa e na poesia aqui... porque será que te distancías da força destas palavras e morres no silêncio das respostas... sombras frias me inspiram a continuar... ainda que a tua lembrança me diga que não... vieste pronto a me magoar... porque... tu não me queres dizer o que eu sou dentro de ti... não te conhecia a mentira e nem o disfarce... mas agora entendi que quem não quer ser lobo não lhe veste mesmo a pele... e no teu egoísmo de macho que se deu mal... fico eu... pobre musa insatisfeita... de coração destroçado... devido à mesquinhez de alguém que não se assume como realmente é.
E que fazes tu comigo... incendeias-me de loucura silenciada por caminhos travessos e nesse fogo de tortura, ainda te queres queimar... mas diz-me só... que queres tu de mim?
Chegaste dando-me conta de promessas que viveste... ou de mentiras que teceste... para me atingir...mas esquecestes-te que a porta que deixaste aberta se abriu ainda mais... deixando entrar a ventania que agora toma conta das nossas vidas... e eu não vou ceder a essa tua intrusão na minha vida... ainda que reclusa desse teu gosto... dessa aventura, quiças capricho sentimental... tenho a liberdade das palavras... e essa nunca ninguém me vai poder tirar.
Entende... não é uma carta de mágoas... talvez um pouco de ressentimento pelas tuas atitudes... tão pouco é uma carta de uma mulher apaixonada... esses amores já eu vivi noutras vidas... outros segmentos circunstanciais e agora não tenho tempo de voltar atrás e ir buscar o que me foi oferecido e eu não peguei... talvez seja isso as rédeas do destino.
Sabes RUI... muito me ensinaste... e não foi a ser menos impaciente... mais compreensiva... fizeste com que eu tivesse entendido que a alma está no cérebro e que é lá que funciona tudo o que levamos dentro de nós, a força emotiva que nos move por entre o cruel humano... e se os guerreiros levam a carapaça por fora e os sentimentos por dentro... na improbabilidade de me sobreviveres na profundidade de mim mesma... essa guerra sou toda eu e o que sinto por fora... o meu ser... e por dentro... deixaste-me uma carapaça que esconde o meu coração sensível ferida, agora aí protegida... muito trabalho te vou dar nessa conquista de território.
Tens o meu número de tlm... telefona-me.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Olhar Céu Mar

Se pudesse mostrar-te agora

Nestes céus o meu olhar o céu e o mar

O maravilhoso infinito eterno dessa hora

Ainda alto o sol a brilhar

As águas a quererem tê-lo só para elas

Um leito sereno azul sem mácula de brisa

Imortalizado nas mais belas aquarelas

Prenhe minha visão que por aí desliza

O ar soprando sem lhe levantar os véus

Apenas meus olhos que o agitam de tanta excitação

E desse jeito te mostro o meu viver a minha razão

As voltas de encantos na brisa de sonhos oferecidos

Levando de mim no vento

Prantos há tanto tempo acontecidos

Por esse sentimento

E agora quem és tu que do seio do tempo

Me vens alimentar

De promessas de vida

Em que eu possa acreditar

Sentida

No crepusculo prateado te espelhas de alma como um sol doirado

Possa eu ser assim

Um ser nas tuas mãos um astro aprisionado

Quente cálido brilhante sem fim

Nesse ocaso

De luz

Afogueado

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Érato

Meu espirito disperso entre tuas dores felinas

Volto dessas palavras para num verso te dizer como me encantas como me animas

Deixei lagos riachos bosques florestas prados e montanhas

Fugi ao deus das árvores e da loucura

Na minha mão a imortalidade que tu já não me estranhas

Pois vês em mim toda a luxuria e formosura

Dessas noivas veladas botões de rosa encantadas

Num gracioso movimento de dança esvoaçando coroadas

E dessas nove noites consecutivas no teu leito escarpado

Nascemos nós as nove musas desse amor de Zeus e Mnemósine partilhado

Para te contar desejo do passado do presente e do futuro

No deleite que antevejo tão instável e inseguro

A de bela voz a proclamadora a amável a doadora de prazeres

A poetisa a de muitos hinos a que faz brotar flores a rodopiante a celestial

Se nos meus abraços não morreres

Quem sou eu

A amante sacerdotisa divinal

Que no pranto da natureza de palavras te dou o que não é mais meu

O que num verso erótico te inspira o irreal

Poema de Orpheu

domingo, 26 de outubro de 2008

Mar de Abandono ao Anoitecer

Mar de abandono ao anoitecer
Depois de ter vindo aqui sentar-me ao entardecer
Porque venho aqui me oferecer
Porque me chamas das fendas abertas
Nas pedras onde gastas teu corpo a pedir-me assim
Que queres de mim
Tantas palavras secretas
Preparada ou não
Devo ir
Entregar-me ao teu olhar solidão
E ao toque das tuas mãos a pedir
Deixa-te afundar nesta iniciação
E promete do teu ser
Ser outro diante deste querer
E toda a sua sublimação
Vai estar aonde precisando de mim
Vai querer ver-me para saberes de verdade quem eu sou
Tenho-te de palavras de penas tiradas a um querubim
Vais dar-me asas dar-te do que te dou
Seguras-me de sentidos tenho-te de tempo e de cegueira
Das horas e dos dias vividos dos segundos que são precisos
Tenho-te dessa maneira
Reflexos concisos
Mas quem sou eu tão prometida
Quem és tu de gestos de impulsos
Que tanto nos prometemos nesta vida
Onde alma e corpo se vendem avulsos
E agora ao entardecer das nossas existências
Vens como um cavaleiro libertar donzela encarcerada
Mas da verdade deste corpo inteiro em suas demências
Sou alma sentindo-se nada
Sentindo-se confluência
Aprisionada

Porque deixaste a porta aberta

Ficou a tua porta aberta

Do tempo que te trouxe até mim

A tua existência secreta

Sem começo nem fim

Nesta casa deserta

Fui eu que quebrei o sonho caíndo de medo no chão

Dei-te todo o meu ser em cacos partido

Na impaciência do segredo de te ter no coração

Tão insistentemente sentido

Ficou em mim a planura da tua mão

Num tacto desejo à flor da pele

Nos lábios loucura teu gosto a paixão

Entre o amargo da dor e o beijo doce mel

Que em ventos brisas destas palavras perde sua razão

Fui eu que te abandonei

Por sentimentos secretos sem morada certa

De amor impuro me apaixonei

Deixando-te a porta aberta

Ficou-me a tua presença ausente

Rebelde lembrança que vou guardar

Nunca me foste indiferente

No tempo louco que vou te amar

sábado, 25 de outubro de 2008

Sei que voltaste...

http://www.youtube.com/watch?v=SMtaYdvg9cM
... sei que voltaste das profundezas de mares que se encontram dentro de mim...
no cio dos tempos castigo de musa desobediente talhada em belo marfim...
dar-te-ei a forma indiferente moldada de areia e luz secreta
no interior da caverna onde se soltam meus dias e a a claridade se dispersa
vou antes profanar teu mundo de palavras que te levarão à loucura do desejo
terás que te afundar em profundo mar transcendental de receio e medo
para te encontrares comigo no mal dentro das minhas entranhas
porque assim humedeço minhas mãos em ferro frio de formas tão estranhas
e congelo teu ser no meu olhar
negra recôndita caverna de mil cores a cintilar
aí te degladiarás com o mais devasso sentido
jamais materializado numa faísca entre olhares de um fogo perdido
depois saboreares tua carne macia e tenra
ter-te submisso entre a minha fenda
dado plena e serenamente misto de emoções entre prazer dor
saciar-me ardentemente fluir na envolvência de desejo e amor
e os nossos corpos a planar num cosmos de sentidos devassos
de mentes entregues às mais doces loucuras e abraços
sair dos nossos seres e no castigo das almas arrebatadas
dominar excitação secreta e delirar nossas feridas ensanguentadas
gemidos transformados em sangue fluindo por fora da pele dormente
num espelho de fria sombra vibrarás incessantemente
até solitário na vazia escuridão dessa caverna alucinares
no gozo vida do prazer perversão gume drenado te entregares
e dono do meu ser por gratidão
assim ficares
nessa ilusão
sentida

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Flor de Beijo... para alguém 13/10/08

adorei saborear a tua boca... perdia-me nela ................................
disseste-me assim ...................................................................... que ideia absurda e oca a florescer ainda orvalhada ...................................... em pétalas de jasmim ........................................................................................... nessa flor de beijo ... não querer na tua boca molhada .................................... ser contigo cinderela ............................................................................ ficar para sempre nos teus abraços até ao fim .................................................................................................... e insatisfeita descontente te deixei para trás indo embora .............................................................
nas tuas mãos meu sapato de vidro .........................................
entre nós tanta demora ................................................................................................................
e a querer ter-te intensamente... beijar... amar-te e ficar contigo ................................................
na boca flor de beijo secreto
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onde tudo o que começa e que de prazer pode acabar ........................................
vieste pecador discreto
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de beijos me seduzir ali em frente ao mar ............................................................................
deixar meu corpo inteiro todo em desalinho ................................................
enquanto safado e atrevido ....................................................................................... no lago dos teus braços me apertavas com carinho ........................................................................................ água na boca dos meus lábios te deixavas oferecido ........................................................................................ e a promessa ternura de nos seduzirmos de paixão .............................................................................................
ainda esse teu beijo intenso adoçando-me de sedução ..................................................................................................
no teu olhar azul doce sorriso como caricias preliminares .........................................................................................................
e toda essa tua vontade louca de no meu corpo te entregares ...................................................................................................
sinto quente o leve peso das tuas mãos de jeitos maduros ..................................................................................................................... a tua voz sensual querendo esconder de mim teus pecados impuros .............................................................
timido atraente buscando aventura
.............................................................
nos braços da musa comprometida
........................................
entregar-se de loucura ....................................................................
mas que para te ter de novo perto de si .............................................
entrega-te a alma e a vida ...............................................
só por um instante te amar ..........................................
de tão feliz que me senti
....................................................
reflectida no lago do teu olhar .............
perdida ...................
pelo que vi ........
de ti

domingo, 12 de outubro de 2008

Lumiar

Ali na praia.... / lumiar pela madrugada finda... / descobri uma aurora prateada a brilhar sobre as águas... / que te deixo aqui... / o nascer do dia amanheceu ainda... / já sem mágoas... / húmido e quente cheirando a mar... / e a demora... / como na hora de um parto fumegante... / sentia-se o cheiro a vida palpitante... / que acaba de ser parida... / começar... / a noite já sem vida passou de um azul cobalto... / para uma paleta de matizes... / entre azuis e cinzentos ainda orvalhados... / e serenamente surgiu o dia no horizonte alto... / criando suas raizes... / seus raios de luz espalhados... / pela imensidão... / sentida lumiar ilusão... / embalada pela brisa de ventos do mar junto à areia... / cheirava a sal e a silêncio disperso... / e eu que tanto queria ser uma sereia... / e ficar por ali sobre pedras molhadas... / que contam de tantos anos que tem a vida... / acabei caminhando rumo a casa... / as mãos do corpo abandonadas... / do meu pensamento perdida... / o coração em brasa... / pensando em arcanos que guiam de paixão... / meus passos e sentimentos... / e em tudo o que te diria em verso... / dando conta destes movimentos... / de vida... / num reflexo... / de solidão... / sentida

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

PUNÇÂO LOMBAR - 07 de Outubro 2008

Tenho e terei dentro de mim enternecida
Essa fina agulha por quem me apaixonei
Sei dela já por dentro a dor enfraquecida
De tantas as vezes que a picar me deixei
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Enterra-se penetrante na sacro-lombar
Procura o liquor seiva ardente matizada
Tão fina e dilacerante que me faz chorar
Doi corpo inteiro a ser assim crucificada
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Tenho negra a carne por dentro apodrecerem
Visceras de sangue tão pretas parecem carvão
Na pele tantas marcas de dores a florescerem
Que sinto no corpo na alma e vivo no coração
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Em pose fetal deitada na cama tenho que ficar
E os joelhos juntos flectidos tão perto do peito
Corpo quieto me querem quando vão me picar
Essa agulha que penetra com cuidado com jeito
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Às vezes no instante da fina picada jorra vida
O dorso perfurado à procura da seiva ardente
Longa fina agulha enterra-se na carne dorida
Deixando-me ficar numa apatia triste dolente
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Já sinto por essa punção de aço profuso amor
Jazendo sofrida injusta sobre tão branco leito
Sinto imensa raiva e ódio não sei se isso é dor
Dizem-me com carinho que o mal já está feito
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Dor pranto lágrimas exaurida a Deus recorro
Roça essa agulha duro sofrer tão devastador
Mais punções lombares e sei que delas morro
Sem anestesia ou faúlha que adormeça a dor
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É um corpo doente que vos ensina sentido
O que as penas da alma têm para vos dizer
Já o disse em versos em prosa num gemido
De tanto as mágoas que acabo por escrever
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- Obrigada por todo o carinho
Dr. José Mário Roriz - Neurologista
http://www.youtube.com/watch?v=q_904RjfdhQ 17 de Setembro de 2008 - 18H45 ... quantas promessas ficaram por cumprir neste fim de tarde... de todas as mensagens que recebi no tlm guardo aquela em que tu me dedicaste o teu carinho na preocupação com o meu estado de saúde... de longe davas-me conta de que não devia cansar-me tanto assim.... mas eu adivinhava que o nosso fim fazia parte daquela caminhada... e o cansaço era apenas para eu esquecer a dor da separação... e com a brisa húmida do mar deixava escorrer as minhas lágrimas de emoção e saudade ... no fim todos os sentidos saíriam intactos... e eu aqui somente a lembrar porque aconteceu...

domingo, 5 de outubro de 2008

Rascunho de dor...

Mas eis que alguém misterioso chegou à minha vida... e me incentivou a continuar... a sobreviver das perdas e dos ganhos...me disse que do fundo de toda a tristeza eu traria rimas que de sol viriam raiar toda a poesia de saudade e esse sol nascente de purpurinas de sorrisos, deixaria em meus lábios vontade de dizer... estou viva... ainda que não queira... e vou continuar a viver dessa prosa de infinidade de imagens coloridas bailando no olhar ávido de um sonho, e da promessa de vida que me é oferecida farei regresso ao passado premente onde fui ingénua... acreditei no homem... na alma humana masculina... convidando-me a uma escrita de uma imensidade profunda e secreta... tão vasta como o firmamento de todos os encontros de nossas vidas... mesmo do vazio daqueles que um dia transformados em estrelas me deram seu cosmos de memórias para que eu pudesse ousar revelá-las proféticamente e assim dar de mim tudo o que pertence aos outros e nessa passagem permitir-me ser pitonisa de oráculos presentes deixados sobre folhas de papel escritos com a pena de muitas gerações de lágrimas sobre todos os sentidos despertos pela imaginação... Aqueles que sem culpa nem intenção ofendi... do éter do meu desassossego repudiei como vermes sanguessugas... e que meus mais claros olhos enxergam como vitimas do saldo negativo de minha vida... a eles peço perdão e onde quer que seja que leiam estas palavras se sintam bem dentro do meu coração e no peso da minha razão como medida que equilibra a balança da amizade... musa