domingo, 21 de setembro de 2008

Por um adeus sem sentido

Pois que já me tinhas deixado / tão antes de me conheceres / nunca antes procurado / por um adeus sem sentido / á espera de perceberes / que o que eu senti foi tão duro / incompreendido / embalada até me adormeceres / fiquei por aqui / de encontro á multidão que me feria / senti-te e sentia / meus passos nesse chão tão inseguro / e para me compreenderes / apaguei-te de todos os lugares / mas sem conseguir apagar-te do meu coração / ainda insisti para tu me amares / mesmo na insana loucura da razão / chorei chorei tanto por ti / choro ainda / não aceito a tua perda dentro de mim / a tua ausência finda / o teu corpo a amar sem fim / o teu querer que eu senti / porque não hei-de eu ser banal / igual a tantas outras / tudo mas tão pouco o que vivi / á mercê de fraquezas e de inseguranças / serei assim tão irreal / tão mundana puritana em horas loucas / a querer contigo morrer minhas lembranças / de um passado duro e natural / porque sou mulher / a ti já dei tudo de mim / as horas agitadas e as horas mansas / chama-me rebelde quando for preciso / chama-me louca quando eu perder o juizo / mas não me abandones agora que de ti já tenho tanto / entranhada a saudade de um imenso amor / que a deixares-me será só pranto / será rasgo denso de dor fluente conciso / choro de chuva nesta tarde em que te escrevo ferida / e que em poesia te canto / lágrimas misturadas com palavras de dor / e um frio que corta / a respiração / e a morte rondando a vida / fazendo doer o coração / porque sem ti agora / nada mais me importa / nesta hora / de solidão / sentida

Sem comentários: