quarta-feira, 24 de setembro de 2008

POEMA NASCENTE

Guitarra que acordas todas as fontes
Cobres a alma com teu manto
As cordas que unes vales e montes
Dor e sal de amor e pranto
Teu encantamento em Portugal
Enche de ténua luz o firmamento
És claridade de uma aurora boreal
És voz que atravessa o sentimento
Saudade em revolta e em calmia
O choro da guitarra por um fado
Lavrado em notas de nostalgia
Por Deus pelos homens abençoado
Profundo grito eco de solidão
A mil anos luz dessas estrelas
Guitarra que clama a ingratidão
Cantar rimas soltas já tão velhas
É este fado nascente de amor e vida
Dormindo nos lábios dos tristes poetas
Renascido sol poente da despedida
Promessa escrita em páginas secretas
Brotando bela poesia fado nascente
Como se saudade água fosse correr
Num rio imaginado de choro ausente
Onde toda essa vida parece morrer
Toca guitarra o fado amor de vida
Que os anjos liras te ouçam cantar
À luz serena desta canção sentida
Onde eu me sento para te escutar
À Capellla nesse altar de Coimbra
A voz de Ataíde mago deste fado
Jamais esqueço essa noite linda
Silêncio brisa que na alma trago

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